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Memorial às Vítimas da Kiss | Santa Maria

Arquitetura

Ano | 2015

Local | Santa Maria RS

Arquitetura | 24 7 Arquitetura

Equipe | Giuliano Pelaio, Gustavo Tenca, Inácio Cardona, Nicolas Meireles, Victor Buzim, Thaís Freitas, Aline Borba, Juliana Leanza

Arquitetura

Memorial às Vítimas da Kiss

Das luzes mantidas acesas na madrugada de Santa Maria, quantas ainda permanecem? Os bilhetes deixados à espera de alguém, as chamadas não atendidas e as fechaduras que permaneceram em silêncio. O insuportável peso do silêncio. Silêncio ancorado na dor da lembrança e da doce lembrança. É a ferida aberta em uma cidade que busca reconstruí-la através da memória. São histórias e lembranças agora materializadas para nunca esquecê-las. Para tanto, o projeto delineia-se em três atos:

O ato inicial é a marca no território. Caem os muros da construção existente. Tira-se o peso e entra-se ar. Nada é pontual. O ponto transforma-se na linha da cicatriz deixada em Santa Maria, que agora permanecerá para sempre. Nasce um espaço para o corte no chão através de chapas de aço corten, representando os sonhos e as vidas interrompidas que agora podem envelhecer junto com a aparência do material. Em um solo já marcado, é água que corre e o purifica. Elemento sem forma, assim como o vazio. Não é possível projetá-lo, mas é possível desenhar seus limites. Desenho marcado por toneladas de aço.

O segundo ato materializa-se na ausência de uma parte. Duzentas e quarenta e duas partes retiradas daqueles que esperaram por um retorno. Duzentas e quarenta e duas hastes na altura de cada um que deixou a lembrança. Cada uma como depositários de vidas a partir dos objetos deixados a espera. De cada pertence a individualidade. São os objetos que guardam a lembrança e que agora permanecem dentro de cada haste, como uma caixa de memórias. Toda parte é a relação com o outro e juntos dão sentido ao projeto.

As partes são também 242 luzes que rasgam a noite e afastam a escuridão. As luzes dos quartos agora podem se apagar, pois não existem mais paredes, todos veem, de todos os lugares. Luz que se acenderá às 3:20 da manhã, todos os dias, porque todo dia é dia 27.

O terceiro ato é o acolhimento. É o abrigo daqueles que esperaram sem retorno, que sentem o peso e a dor do vazio. Para isso, dois volumes são colocados ao subsolo como bases do projeto, servindo como lugar de encontro e refúgio. Nasce então uma praça ao nível da rua, em um solo já purificado. Da dor, permanece a cicatriz. Da ausência, permanece a parte, e do todo, a luz que agora se espalha pelas ruas da cidade sem pedir licença.

O memorial neste contexto é sobre as novas ligações que acontecem nesse território. É um ato de ressignificação. É o alívio que conforta diante do trágico. Tira-se peso. Entra-se ar. Ganha-se luz. Luz que permanecerá acesa no silêncio da doce lembrança.